quinta-feira, 14 de abril de 2011

ENQUETE

Legalização da maconha

CRÔNICA


Crise? Só cabeça de burro!
Atual situação faz diretoria do Atlético mineiro procurar culpados

Situação muito complicada, hein Kalil? Para quem dizia que tinha um time forte sobre controle e hoje “rasga o verbo” sobre más influências dentro do clube, vejo uma grande contradição. Há tempos que não vejo um elenco do Clube Atlético Mineiro ser competitivo e permanecer competitivo ao fim de um campeonato nacional, mas para o presidente do clube “está tudo bem, são só probleminhas internos que já estão sendo resolvidos.” Isso há quase uma década.

Para entendermos a atual situação do Galo temos que compreender os “probleminhas internos”. Segundo o próprio Alexandre Kalil, os últimos demitidos, o meio de campo Ricardinho, e o volante Zé Luíz, não concordavam com as tomadas de decisão da diretoria nem do técnico Dorival Júnior e por isso foram afastados do grupo. Mas o mais interessante da história é que os dois técnicos anteriores também havia pedido a cabeça dos mesmos jogadores. E hoje, ouvimos o argumento de que eram más influências ao grupo. Para complicar ainda mais a situação, o time atravessa uma péssima fase, na qual, foi desclassificado da Copa do Brasil pelo Grêmio Prudente, o atual lanterna do Campeonato Paulista.

Ora, ora. Diga-me que não estás em crise, que a bola na rede de Ribeiro prova o amargo sabor da derrota. Não apenas na partida, mas nas contratações. Só nesta temporada foram 11 jogadores contratados, sendo alguns renomados no futebol brasileiro como Richarlyson, Leonardo Silva, Toró e Guilherme. Ou seja, o elenco é bom, porém os resultados não agradam a diretoria e menos ainda, a torcida. Quem pode explicar esta situação? Será urucubaca? Será cabeça de burro enterrada no CT do Galo? Acho que não.

Acredito que os “probleminhas” sejam bem maiores do que se pensa. Para mim, existe um problema de gestão. A falta de humildade para ouvir as críticas da imprensa, dos torcedores e dos próprios profissionais da equipe que estão ralando todos os dias no gramado e fora dele e, conseguem perceber os erros do clube. Digo isso, visto a declaração do presidente alvinegro ao dizer que os técnicos anteriores já haviam pedido a demissão dos jogadores. Como não ter tomado esta decisão antes? Preferiu esconder o fato à imprensa e assim continuar com discórdias no grupo.

Não Sr. Presidente do Galo, o problema não só os jogadores, nem o técnico, muito menos a cabeça de burro. A comunicação transparente e uma gestão integrada à paixão do torcedor podem trazer vitórias, projetar competitividade e alcançar títulos. Portanto, humildade e trabalho!

Por Wanderson Brandão

CRÔNICA

Ditadura da Mulher

Mulher e ditadura da beleza. Uma briga constante. Mas o que nós não percebemos é que damos força aos estereótipos. Queremos ser magras, sempre belas, jovens. Ô burrice essa de emagrecer a qualquer custo! Homem não gosta de esqueletos! Ainda mais quando esses estão apáticos devido às dietas absurdas que são criadas todos os dias; e nós, bobas mortais, nos submetemos para emagrecer. E o que existem de receitas de emagrecimento milagrosas nesse mundo... O que mais existem são dietas, e cada uma com o nome mais criativo que a outra. É dieta da lua, da água, da sopa, tem até aquela que varia entre o tipo sanguíneo da pessoa.

Homem gosta de algo para apalpar, assim como nós. Imagina você abraçar um cano de ferro duro, sem graça? Ou ficar batendo os ossos toda vez que abraça seu namorado? Seria bem desconfortável. Tem que ter carne e até um pouco de gordurinha distribuída por nossos corpos, afinal os lipídios também são necessários para a nossa sobrevivência.

Não estou fazendo apologia à obesidade, afinal, esse outro lado também não é saudável. Extremismo é sempre prejudicial. O que quero alertar é que essa ditadura da magreza é bobeira. Converse com qualquer homem e ele lhe dará essa confirmação. Um até já me disse a seguinte anedota: “Se eu gostasse de osso, seria coveiro ou arqueologista.”

Há gosto para tudo. O importante é estar saudável e feliz. Se estivermos bem conosco, deixamos transparecer isso para quem nos rodeia, mostramos segurança, o que também acarreta uma melhor aceitação da sociedade, gerando um círculo virtuoso, fortalecendo-nos e nos tornando cada vez mais seguros.

Por Larissa Moura

quinta-feira, 7 de abril de 2011

CRÔNICA

TEM BASE NÃO?
CONSUMIDOR CRÍTICO – SÓ EM DIVINÓPIS MEMO

Em Divinópolis, há algum tempo, existia um atendimento ao público consumidor um pouco imperfeito, nas mais variadas áreas. Um exemplo que consegue ilustrar isso que acontecia, em tempos remotos, era quando um sujeito chegava em uma cervejaria e não era amigo do garçom – este estava fadado a ir embora com os braços doendo e com uma dor de cabeça específica de pessoas que os nervos estufam, aparentemente, as veias. Nada contra a classe que serve nas noites, os próprios garçons muito bem alinhados em seu tradicional preto e branco atribuíam culpa ao gerente, e este por sua vez...Não adiantava falar com “o administrador”, a frase mais usada era: “Semana que vem contrataremos mais um garçom”, ainda mais quando era um plágio de um lugar chamado Savassi, em BH.

Se você pensa que vou falar daqui para frente do 'atendimento especial' que ocorria em hospitais, está muito enganado, mas pulo essa parte falando que muita gente morreu porque não tinha uma amigo político e/ou médico. Ah, sem contar que se o seu problema de saúde fosse grave, uma emergência, você era atendido em uma réplica do Bar do Bigode, o chão sujo e várias pessoas escornadas no Pronto Socorro, tinha que tomar muito soro. Porém, antes, quem montava seu prontuário de atendimento era um policial. Prontuário de atendimento, palavra bonita, típica da terrinha. Mas, vamos ao tet-a-tet.

Até as capivaras, animais típicos das matas ciliares do Rio Itapecerica, fazem um grunhido mais audível que os trocadores de ônibus que tentam falar algo como “um passinho à frente, por favor”. Estes se esqueciam que quem pagava o seus salários eram os usuários da passaginha. Sem falar que todos os ônibus sempre vão em direção ao Inesp ou, para o outro lado, Danilo Passos. Esqueci, falei do Itapecerica e não podia deixar de falar da brilhante ideia do “Verde Centenário” – reflorestamento das matas ciliares para melhorar a qualidade de vida da população de Divinópolis. Mas, espere aí! Isso não era uma obrigação da prefeitura dentro do projeto Nova Margem? Ta aí, “Qualidade de Vida”, um serviço que o poder público entrou para atender.

Mas, a prefeitura, ah, a prefeitura...altos tempos de espera no protocolo com um Pon Chic na mão esperando de acordo com a prioridade. Todos os funcionários, ainda em horário de almoço, parando o carro na antiga ASCADI para não pagar o Estacionamento Rotativo. Aliás, criação de uma antiga legislatura que fazia isso para melhor a infraestrutura do trânsito e atender melhor os motoristas. Era só entrar a palavra “atender”, que virava uma bagunça. Se você é divinopolitano conhece bem os termos usados e está bem acostumado com tudo, a não ser quando uma notícia de um acontecimento local aparece em rede nacional: “Craqueiros do bairro Niterói, roubam velhinha para dar uma latada” – Tudo quanto é violência, desde a época do Peixe-Gato, acontece até hoje no Niterói, até parece que o carrapateiro não é centro!

Mas, pode ter certeza que nada disso acontece hoje em dia. Pois, com os twiteiros de plantão, o atendimento das mais variadas esferas da vida social são resolvidos em 140 caracteres. O Rio está limpo, a cidade segura e a cultura local tem ainda suas raízes, e há até aqueles que se orgulham de ter Adélia Prado como uma moradora ilustre da Cidade Centenária. Lugar de memória, pois não...Sr.?

Por Fabrício Terreza

CRÔNICA

Em mãos a carteira de músico

O despertador nem precisou tocar, já fazia cerca de vinte minutos que eu acordara. Ansiedade não faz bem pra cabeça e nem pro estômago, eu sei, mas aquela seria uma data importante para mim, pelo menos foi esse o meu primeiro pensamento do dia.

Mal consegui engolir o café, que me desceu pela garganta como uma pasta, impregnada na língua e nos lábios. Em um pulo tirei os pijamas, vesti as calças e a melhor blusa do meu modesto armário. Os sapatos estavam lustrados. Eu precisava estar bem apresentável, vai saber se aparência não contaria no resultado final.

Fui de ônibus até o local, a ansiedade era tamanha que sequer liguei para os quase cinquenta minutos dentro do coletivo. Ao chegar, identifiquei-me para a secretária. Ali estava eu, para o exame prático para a retirada da minha carteira de músico, ou no meu caso, carteira de musicista. Até então tudo parecia tranquilo, o órgão era fiscalizado pela Ordem dos Músicos do Brasil, que me remetia a uma certa seriedade, apesar de já ter ouvido declarações públicas de músicos em relação à Ordem, chamando aquilo de um livre comércio. Eu não entendia, pelo menos até então.
Numa educação equivalente a uma porta, o homem velho de cabelos grisalhos até os ombros, grita, enquanto enrola seus cachos com as pontas dos dedos:
  • Próximo!
Quanta singeleza, era a mim que ele chamava. Vou em direção a ele, entro na sala. A porta se fecha. Ele coçava a barba branca e cerrada. Eu bem que tentei interagir com o senhor, mas ele nem respondeu ao meu “bom dia”. Parecia que educação não era um princípio dali. Ele me leva a uma sala caindo aos pedaços, que ele gentilmente chamou de “estúdio”. Quem era eu para questionar se aquilo mais parecia um sobradinho que um estúdio. Ligou o amplificador, com muito custo, devido ao mal contato do fio da tomada. Eu esperava no mínimo um amplificador de guitarra, pois era este o instrumento pelo qual eu tentaria tirar a carteira. Ilusão minha. O amplificador era daqueles de ligar som, estilo propaganda na rua feita por promotor de vendas. Bem, lá vou eu, ligar a guitarra meia boca, no amplificador até sem boca, de tão ruim. O senhor apenas me acompanhava com os olhos, sem dizer nada. Eu afino a guitarra, brinco um pouquinho com a famosa “Smoke On The Water”, do Deep Purple, que todos os guitarristas utilizam para aquecer os dedos e os ouvidos. E pergunto:
  • O que devo fazer agora?
  • Olha, aqui a gente só quer saber se a pessoa conhece o instrumento. Pelo pouco que tocou, já vi que sabe. Pode ir embora já. Semana que vem você vem buscar sua carteira, pode pegar com a secretária mesmo.
Eu cocei a cabeça. Como assim? Foram menos de dez segundos e ele já quer me dar a carteira? E ainda diz que é um procedimento padrão. Tá explicado agora porque os músicos reclamam tanto da instituição. Ok, você venceu, senhor dos cabelos grisalhos. Me retirei da sala. Antes de partir, deixo os duzentos reais do exame (que foi me cobrado assim que cheguei ao local) e a secretária me alerta dos cento e dez da anuidade. Pra que isso tudo? Para que um pedaço de papel e nada mais que isso comprove que sou musicista. Qualquer criança de três anos, brincando, literalmente, com um instrumento faria o mesmo (ou talvez até melhor) do que eu fiz ali.

No trajeto de volta, pensei muito sobre isso. Eu fiz o exame para retirada da carteira porque legalmente é a única coisa que comprova que sou musicista. Mas depois dessa experiência um tanto quanto superficial percebi que todos somos músicos em potencial, desde que paguemos a taxa de duzentos reais antes do exame e estejamos em dia com a anuidade da ordem.

O pior de tudo aconteceu durante a retirada da carteira: a secretária disse não ter encontrado meus registros, disse que eu não havia feito o exame. Apenas depois de muita insistência minha ela foi procurá-la. Me entregou, com a face enfurecida. Eu só pensava que se alguém ali deveria ficar nervoso, esse alguém era eu e não ela. Fui eu quem pagou os duzentos reais por dez segundos de exame e depois teve os registros perdidos.

Isso não é maravilhoso? Uma Ordem em plena desordem.

Por Marina de Morais

CRÔNICA

Atração pelo ilícito
Pelas vielas mais obscuras da cidade, esquinas, camelódromos, shoppings populares é possível ouvir, quase em forma de murmúrio, uma vozinha oferecendo CD e DVD. Não tão comum ver mais marmanjos de calção e boné, o mercado pirata também trouxe para si vendedoras, aparentemente de balcão de loja, de aspecto franzino, jeans apertado, cabelo preso e sussurrando “olha o CD! Olha o DVD!” Agora esses vendedores já não mais tem a mercadoria às mãos, como antigamente. Eles oferecem, e, se for o caso de o transeunte e futuro cliente aceitar, eles desenterram de algum buraco, desembrulhando com cuidado para mostrar as opções de filmes e coletâneas “especiais”, e não aceitam devolução.

O questionamento de toda essa introdução é: o que ainda sustenta esse mercado? O gosto de viver perigosamente, correndo o risco de ser pego vendendo material ilegal? E quem compra, simplesmente porque é mais barato? E surge, então, outra dúvida: fazer download em casa, de filmes ou música também não é praticar pirataria? Mesmo que todo esse material fique só para você? 

No Brasil há questões mais complexas por trás disso. O preço abusivo de material artístico faz com que as pessoas desanimem um pouco de pagar o preço que se pede por algo que vá entretê-las. Utilizar artifícios como piratear, regravar músicas e filmes acabaram sendo utilizados como um subterfúgio para tal. Por fim, o internauta é claro, se sente atraído pela multiplicidade que pode fazer com um computador e internet em mãos: sair do 'mais do mesmo' que o comércio artístico muitas vezes proporciona, sem ser cerceado por estilos musicais nem gêneros cinematográficos.

Por Tatiane Fonseca

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Alunos da Funedi participam de recuperação de documentos históricos em Pitangui


                                                                    Foto: Wanderson Brandão
Estagiária do projeto no trabalho de revitalização do acervo
Projeto de revitalização do acervo histórico de Pitangui propõe
recuperar e organizar documentos da região Centro-oeste.

Pitangui é considerada como um dos principais berços históricos e culturais da região centro-oeste de Minas Gerais e onde se concentram os principais documentos da região. Por ter sido uma das poucas vilas existentes na época em Minas Gerais, a Câmara Municipal de Pitangui era responsável pela produção e arquivamento dos documentos das demais localidades ao redor. A Câmara, nesse período, exercia outras tarefas como do poder judiciário e da administração, não como é hoje, com o Legislativo. Uma grande quantidade de arquivos produzidos e conservados pertence ao acervo histórico do município.

Segundo Leandro Pena Catão, professor de História da Funedi UEMG e coordenador do projeto, a maior parte da região centro-oeste de Minas pertencia à jurisdição de Pitangui, inclusive Divinópolis. Por isso, todos os documentos eram produzidos neste local. “Não apenas relativo a Vila de Pitangui mas, esses documentos dizem respeito à todas as localidades da região, inclusive do Arraial do Divino Espírito Santo. Nós temos lá vários documentos sobre pessoas pertences ao Arraial', explica Catão.

Hoje, o projeto conta com o apoio de estagiários do curso de História da Funedi UEMG, que auxiliam na limpeza, higienização, organização, identificação e leitura dos documentos. Para isso é preciso um trabalho minucioso e de muita atenção, pois a caligrafia dos arquivos daquela época é de difícil entendimento, além de ter sido escrito em português arcaico. Para Raquel de Castro, uma das estagiárias do projeto, o estágio tem sido muito importante para os alunos, pois assim eles  podem ter um contato mais próximo com a história da região centro-oeste,  por meio dos arquivos. “A gente consegue ver na prática o que vemos na teoria na sala de aula, na faculdade. E além disso, o estágio é uma bolsa de iniciação científica, o que vai contribuir muito para o meu currículo", relata a estágiária.

Segundo Leandro Catão, o acervo é bastante variado. São mais de 100 tipologias diferentes, destacando-se os inventários e os testamentos. Para historiadores e pesquisadores em geral são documentos de grande importância porque através da análise deles é possível saber como viviam as pessoas, do que se alimentavam, qual eram os objetos que elas possuíam em suas casas, a faixa de renda das famílias.

O arquivo é de livre acesso para quem quiser pesquisar ou visitar. Para isso é necessário agendar antecipadamente pelo telefone do Arquivo (37) 3271 1239
 
Reportagem: Mariah Vianna, Tatiane Fonseca, Vicente de Paula e Wanderson Brandão