quinta-feira, 7 de abril de 2011

CRÔNICA

Atração pelo ilícito
Pelas vielas mais obscuras da cidade, esquinas, camelódromos, shoppings populares é possível ouvir, quase em forma de murmúrio, uma vozinha oferecendo CD e DVD. Não tão comum ver mais marmanjos de calção e boné, o mercado pirata também trouxe para si vendedoras, aparentemente de balcão de loja, de aspecto franzino, jeans apertado, cabelo preso e sussurrando “olha o CD! Olha o DVD!” Agora esses vendedores já não mais tem a mercadoria às mãos, como antigamente. Eles oferecem, e, se for o caso de o transeunte e futuro cliente aceitar, eles desenterram de algum buraco, desembrulhando com cuidado para mostrar as opções de filmes e coletâneas “especiais”, e não aceitam devolução.

O questionamento de toda essa introdução é: o que ainda sustenta esse mercado? O gosto de viver perigosamente, correndo o risco de ser pego vendendo material ilegal? E quem compra, simplesmente porque é mais barato? E surge, então, outra dúvida: fazer download em casa, de filmes ou música também não é praticar pirataria? Mesmo que todo esse material fique só para você? 

No Brasil há questões mais complexas por trás disso. O preço abusivo de material artístico faz com que as pessoas desanimem um pouco de pagar o preço que se pede por algo que vá entretê-las. Utilizar artifícios como piratear, regravar músicas e filmes acabaram sendo utilizados como um subterfúgio para tal. Por fim, o internauta é claro, se sente atraído pela multiplicidade que pode fazer com um computador e internet em mãos: sair do 'mais do mesmo' que o comércio artístico muitas vezes proporciona, sem ser cerceado por estilos musicais nem gêneros cinematográficos.

Por Tatiane Fonseca

Nenhum comentário:

Postar um comentário