segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Trabalho, trabalho, trabalho. Oba, é hora do almoço!


Crônica baseada na rotina de Polyana Euzébio.
  
Despertador gritando às seis da manhã. “Ainda saio dessa vida, quando ficar milionária”. É hora de botar-se na vertical e rumar para mais uma sessão de tortura remunerada, mais conhecida como trabalho. O dela é um supermercado de médio porte, pra não dizer medíocre, daqueles que há pouco era mercearia e acabara por crescer demais.
Quando era menina sonhava em ser aeromoça. Não sabia direito o que isso significava, mas por dedução concluíra que era uma moça que voava. E seria linda. Mas a vida toma rumos inesperados (ou esperados), menos glamourosos, e o jeito é arregaçar as mangas mesmo. Trabalhar.
Trabalho, do latim, tripalium, um instrumento de tortura. Os tempos mudam, impérios caem, mas o significado ainda é o mesmo: sofrimento. Ficar o dia todo, ou pelo menos a parte brilhante dele, fazendo coisas que você não quer, com pessoas que você não gosta, por razões que ignora, não parece algo muito agradável. Não é.  “Preferia estar em casa assistindo 'O clone'”.
Mas é preciso trabalhar. “De que outra forma eu vou conseguir dinheiro suficiente para não ter mais que trabalhar?”. Acertando na loteria, talvez!? Além do mais, tem aquela história de ser útil para a sociedade. Afinal, estamos todos unidos na empreitada de construir um futuro melhor. A natureza está lá e é nosso dever ir lá e transformá-la em alguma coisa útil. “Era o que o meu pai falava”.
Mas tem gente que gosta do seu trabalho (pelo menos é o que dizem). Os artistas, por exemplo. “Mas também, brincar com tintas e pincéis ou fingir ser quem você não é em cima de um palco não é trabalho, é viadagem”. Mas, paciência, é só uma fase, um dia passa. “Ou você acha que vou repor prateleiras a vida toda?” Não! Com um pouco de sorte talvez seja promovida e vá trabalhar no caixa.
E esse assunto, inevitavelmente, me lembra uma frase de um ilustre pensador latino: “Não existe trabalho ruim. O ruim é ter que trabalhar!”
Texto: Renato de Faria
Edição: Mariah Vianna

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