sábado, 11 de junho de 2011

Se o namoro der em casamento: e agora?

Seu Nilton e Dona Orlandina, casados há 52 anos. Foto: Tatiane Fonseca
 O dia dos namorados já está aí. Presentinhos, florzinhas e caixinhas de bombom já parecem muito démodé para quem quer agradar, apesar de que, em todo começo de relacionamento, estas parecem ser as lembrancinhas ideais. Mas o que fazer quando esse dia que antecede o de Santo Antônio deixa de ser apenas um dia de namorinho no portão e o santo casamenteiro resolve atender às preces das moças desesperadas? Pode parecer delírio coletivo, mas pesquisas apontam que, cada vez mais, os casais estão formalizando seus relacionamentos. Isso quer dizer que as pessoas estão se casando mais! De acordo com o IBGE, no ano de 2008 foram realizados 959.901 casamentos. Em relação ao ano anterior, houve um aumento de cerca de 5%. Outro fator importante é que, ainda segundo a pesquisa, os casais estão deixando para se casar cada vez mais tarde. Cerca de 29,7% das mulheres de 20 e 24 anos e 28,4% dos homens de 25 a 29 anos estão hesitando na decisão de dizer o “sim”... ou o “não”. Só em 2008, também, o número de pessoas se casando pela segunda vez era de 17,1%.

Quando o casamento se prolonga...

“Ficar legal a vida inteira não fica, não”. É com essa frase de advertência que o senhor Nilton Ribeiro de Castro, de 76 anos, respondeu à pergunta de como é a convivência em um casamento. Olandina Rodrigues de Castro, sua esposa, de 71 anos, também é concisa quando diz aconselhar os netos: “Casamento não é assim, como vocês pensam. É preciso lavar a roupa suja todos os dias”. E a frase, de duplo sentido, sabiamente foi usada de propósito. Se em uma época em que as pessoas estão se casando mais, logo, também se imagina que estas mesmas pessoas podem se separar com a mesma rapidez. Por isso, a necessidade e a importância de se ouvir os conselhos deste casal, juntos há 52 anos, e que já passaram por uns bons (e maus) bocados!
Seu Nilton e dona Olandina perderam um filho ainda prematuro. Não falaram muito sobre o assunto. Eles tem um casal de filhos, ambos casados. Resta, agora, aconselhar os três netos, que já estão entrando na faixa etária propícia para o casamento: 25, 23 e 21 anos. “Sempre digo pra eles: tem que saber escolher a pessoa certa para casar”, diz Seu Nilton, com uma certa preocupação. Dona Olandina parece ser da mesma opinião. “O que falo para os meus netos é o seguinte: ninguém pode escolher moça ou rapaz pra vocês namorarem. Quem tem que fazer isso são vocês mesmos, por isso, devem pensar bem”, ela diz.
O casal, hoje, vive sozinho numa casa simples do bairro São José, em Divinópolis. Cada um seguindo sua rotina individual; dona Olandina cuidando dos afazeres da casa, enquanto seu Nilton se ocupa com pequenas obras pela casa e fazendo objetos de madeira em sua pequena oficina, na entrada da casa. No quintal espaçoso, algumas árvores frutíferas e, o que mais chama a atenção, vários pés de cana, que pareciam bastante viçosos. Tamanha foi a espontaneidade da conversa e visto meu interesse pela cana, fui convidada a tomar uma garapa na próxima visita. Quem sabe neste domingo dos namorados. Um ótimo programa para uma solteira!
Por Tatiane Fonseca

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