sábado, 19 de março de 2011

BBB: Jogo de interesses e banalizações


Sinceramente, tenho me perguntado o que um reality show como o Big Brother Brasil pode acrescentar a vida humana. Ou melhor, qual o conteúdo ali oferecido para a dignidade das famílias que se reúnem em torno do grande espetáculo da televisão. Em minha reflexão acerca do BBB, cheguei a conclusão de que o espetáculo proporcionado é um show de atentado à nossa modesta inteligência.

Trancados em um casarão de grande conforto, dezenove participantes travam um verdadeiro duelo de disputa. O tão cobiçado prêmio de um milhão e meio de reais é a meta e o sonho maior de cada participante. Participantes de diversas partes do país, de todas as classes, sarados e moldados aos padrões globais de beleza eles são capazes de tudo em troca de fama e dinheiro a qualquer custo. O BBB 11 se torna a realidade em busca do IBOPE.

Nesse reality show do falso espetáculo da vida em detrimento de interesses e grandes publicidades, o ser humano vai perdendo seus valores. Valores sendo denegridos e trocados por alguns milhões de reais, e a dignidade a mercê do capitalismo e da total banalização pra não dizer depravação do que há de mais sagrado: a essência do ser.

O programa segue sem muitas novidades. Apesar do formato desgastado pela falta de criatividade, todas as noites durante três meses, o centro de algumas famílias brasileiras passa a ser o Grande Irmão Brasileiro. Ficar na poltrona, acompanhando as bizarrices de um seleto grupo de interesses passa a dar um sentido e um alimento de falsa esperança aos lares. Flagras de mulheres de corpos esculturais, sedutoras e sem pudores, que se insinuam aos homens com boa aparência. Os valores se perdendo, o sexo e o culto ao corpo, explícitos em cenas fortes, um apresentador de renome se submetendo a mostrar o circo com as cenas mais picantes da vida humana.

Segundo cálculos de José Neumani, da Rádio Jovem Pan, se vinte e nove milhões de pessoas ligarem a cada paredão, com o custo da ligação a trinta centavos, a Rede Globo e a Telefônica arrecadam oito milhões e setecentos mil reais a cada paredão. Grana preta, à custa das futilidades e do grande circo que o brasileiro parece gostar. 

Vicente de Paula                                                           

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