A Internet é um espaço democrático. Isso já é opinião de muitas pessoas. Essa afirmação partiu da idéia de que o espaço virtual possibilita a troca de opiniões e informações de ambos os lados – emissor e receptor. E isso mudou também a forma de denominar produtores e receptores, uma vez que na Internet exercemos ambos os papéis. Para publicar algum material na rede, hoje, não é necessário ser um especialista.
O ciberespaço é aberto, possibilitando que qualquer cidadão poste suas notícias e outros conteúdos, o que é chamado de jornalismo participativo. Vários autores defendem esta idéia, como o professor da UFRS Alex Primo, que já escreveu diversos artigos sobre o assunto. Para ele, o jornalismo participativo possui uma diversidade temática muito grande e que deve ser valorizada, podendo até ser pautada pela imprensa especializada. Segundo Primo – e o mais importante, não deve ser motivo de preocupação para os profissionais do jornalismo, porque essa atividade colaborativa das pessoas não afeta em nada na atuação nem põe em risco a profissão.
A partir desse movimento, surge algo interessante: os cidadãos fazem uma espécie de convergência entre as mídias Internet e TV, levando o discurso de uma para outra e dali gerando várias discussões – produtivas, ou não. Para exemplificar, o vídeo postado no Youtube do editorial de um telejornal da TV Tambaú, na Paraíba, a jornalista Rachel Sheherazade tece comentários um tanto exaltados sobre o Carnaval e suas “verdades e conseqüências”. O vídeo foi parar na Internet e foi se espalhando ainda mais através das redes sociais, levando o nome da jornalista aos mais citados do microblog Twitter. A polêmica foi tanta que, no dia seguinte, Sheherazade se pronunciou no telejornal, justificando-se que não intencionava gerar tamanha repercussão – mas não deixou de enfatizar as afirmações anteriores sobre “a festa que paralisa o Brasil por cinco dias”.
Tatiane Fonseca
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